Sintomas e primeiros sinais

Homens, sei que pode parecer estranho falar sobre isto… sentirem-se cansados, irritados, sem energia ou motivação. Talvez notem que já não acordam com aquela força de antes, que a concentração diminuiu ou que o desejo sexual não é o mesmo. Talvez tenha pensado: “É só stress… é só idade”. Mas e se eu lhe disser que há uma explicação real para estas mudanças?
É o que os médicos chamam de andropausa, ou “menopausa masculina”. Mas não se assuste com o nome. É, antes, um sinal do seu corpo a pedir atenção.

O que está a acontecer consigo

A partir dos 30 anos, os níveis de testosterona no homem começam a cair lentamente, cerca de 1 % ao ano. A maioria nem sequer percebe. Mas, para alguns, quando os níveis caem abaixo de um certo limite, começam a surgir sinais que não podem ignorar:

• Cansaço constante, mesmo depois de uma boa noite de sono
• Irritabilidade e mudanças de humor inexplicáveis
• Perda de força e de massa muscular
• Diminuição do desejo sexual e dificuldades de ereção
• Falhas de memória e dificuldade de concentração
• Sensação de estar “bloqueado”, sem energia para a vida

Agora imagine por um momento… e se existisse uma forma de entender o que se passa, recuperar o controlo e reconquistar a energia e a motivação que pensava ter perdido?

Não é só sobre hormonas, é sobre saúde

O mito da “menopausa masculina” sugere que tudo se resume à testosterona. Mas a verdade é que muitos desses sintomas têm raízes no estilo de vida, stress, ansiedade e sono insuficiente. A boa notícia é que tem sempre escolhas à sua disposição.

O que come, como se move, como gere o stress, como dorme… tudo isso influencia como se sente, como pensa e como se comporta. Pequenas mudanças podem ter impactos enormes, mesmo antes de qualquer intervenção médica.

Em alguns homens, os sintomas são realmente causados por hipogonadismo de início tardio (quando o corpo simplesmente não produz testosterona suficiente). Nestes casos, existe tratamento eficaz, desde terapias naturais a reposição hormonal, que pode ajudá-lo a recuperar energia, motivação e desejo sexual, e a sentir-se confiante novamente.

Mas, antes de qualquer decisão, o passo mais importante é avaliar, medir e compreender. Saber exatamente o que se passa no seu corpo.

"A forma como se move, come, dorme e gere o stress tem um impacto direto nos seus níveis hormonais, na energia e no humor." Dra Andreia de Almeida

Como saber? Não é sobre adivinhação

E aqui está a parte mais importante: o primeiro passo é medir. Uma consulta, uma avaliação, uma conversa honesta consigo mesmo e com o seu médico.

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A medição da testosterona é um passo fundamental para compreender a saúde hormonal masculina. Existem diferentes formas de medir esta hormona: a testosterona total, que inclui toda a testosterona presente no sangue, e a testosterona livre, que representa a fração ativa que não está ligada às proteínas de transporte e que exerce diretamente os efeitos biológicos no corpo.

É também importante avaliar o estradiol, um derivado do estrogénio, pois o equilíbrio entre testosterona e estradiol influencia a massa muscular, densidade óssea, humor, função sexual e saúde cardiovascular. Juntas, estas medições ajudam a identificar deficiências ou desequilíbrios hormonais, permitindo um diagnóstico mais preciso e a definição de estratégias de intervenção individualizadas.

Para obter resultados fiáveis, os exames devem ser realizados de manhã, preferencialmente entre as 7 h e as 10 h, quando os níveis de testosterona atingem o pico diário. É importante distinguir entre intervalos de referência laboratoriais, que representam os valores médios populacionais, e intervalos ótimos, que refletem os níveis em que a função biológica e o bem-estar do homem são ideais.

Por exemplo, um homem pode ter valores dentro do intervalo de referência, mas sentir sintomas de deficiência se estiver abaixo do nível ótimo. A interpretação correta destes resultados permite tomar decisões informadas sobre reposição hormonal, suplementação ou alterações de estilo de vida, garantindo a máxima resposta terapêutica.

Tudo começa com o seu estilo de vida

A forma como se move, come, dorme e gere o stress tem um impacto direto nos seus níveis hormonais, na energia e no humor. A boa notícia é que é possível aumentar naturalmente a testosterona e sentir-se mais forte, motivado e confiante, sem recorrer imediatamente a terapias hormonais.

Pequenas mudanças consistentes no dia a dia podem fazer uma diferença enorme: exercícios de força (volte ao ginásio!), sono reparador, alimentação rica em nutrientes e estratégias eficazes de gestão do stress são verdadeiros catalisadores para a testosterona.

Reconhecer os sinais do seu corpo

Cada decisão que toma diariamente, por menor que pareça, contribui para restaurar o seu equilíbrio hormonal. Com consistência e foco, pode recuperar energia, força e desejo sexual, independentemente da idade.

Homem, o seu corpo é a sua força e a sua mente é o seu comando. O que faz hoje define o que será amanhã. Como vai querer envelhecer?

Dra Andreia de Almeida, é médica certificada em Medicina Funcional e Medicina Anti-Aging, com treino especializado em Modulação Hormonal e suplementação avançada. Conhecida pela sua abordagem empoderadora e focada na pessoa, através da sua prática clínica procura inspirar as pessoas a encontrarem o equilíbrio, bem-estar e felicidade interior. Escreveu o livro “Saúde para ELAS: o kit de sobrevivência para mulheres dos 20 aos 60+”, um livro dedicado à saúde feminina.