Ao longo da minha prática clínica, observo frequentemente que esta época festiva desperta reflexões profundas sobre auto-estima e bem-estar. Fotografias, reuniões familiares ou simplesmente mais tempo para pensar podem trazer à superfície inseguranças antigas, muitas vezes relacionadas com alterações físicas provocadas pelo envelhecimento, pela maternidade, por variações de peso ou por traços que sempre incomodaram, mas que foram sendo adiados.
É importante sublinhar que a cirurgia plástica não deve ser encarada como uma resposta impulsiva a pressões externas ou a padrões irreais. Pelo contrário, quando bem indicada e devidamente ponderada, pode ser uma ferramenta poderosa de reconciliação com a própria imagem. O verdadeiro objetivo não é “mudar para agradar aos outros”, mas sim alinhar a aparência física com a forma como a pessoa se sente por dentro.
Procedimentos como a cirurgia mamária, a cirurgia facial ou a correção de alterações corporais pós-gravidez têm, muitas vezes, um impacto significativo na confiança e na qualidade de vida dos pacientes. Não porque transformam quem somos, mas porque ajudam a eliminar um desconforto constante que condicionava o dia a dia, as relações e até a forma de estar em sociedade.
O Natal, enquanto símbolo de renovação, pode ser um ponto de partida para decisões conscientes e amadurecidas. Procurar uma consulta de cirurgia plástica nesta altura não significa necessariamente avançar de imediato para uma intervenção, mas sim iniciar um processo de esclarecimento, reflexão e planeamento. Uma decisão informada, baseada em expectativas realistas e numa relação de confiança entre médico e paciente, é sempre o primeiro passo.
Defendo uma abordagem responsável, ética e personalizada. Cada corpo tem a sua história e cada motivação deve ser respeitada. A cirurgia plástica não cria autoestima por si só, mas pode ser um catalisador importante quando a mudança parte de um desejo genuíno de bem-estar e autoaceitação.
Que este Natal seja, acima de tudo, um momento de cuidado. Cuidado com os outros e connosco próprios. E que as decisões tomadas sejam sempre guiadas pelo equilíbrio, pela informação e pelo respeito pela individualidade de cada um.
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