Outubro pinta-se de rosa, mas o aviso é sério: quanto mais cedo se identificar o cancro da mama, maiores são as hipóteses de cura. A 19 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Luta contra o Cancro da Mama e, neste mês de sensibilização, é essencial recordar os sinais a que devemos estar atentas – porque o corpo fala, e saber escutá-lo pode fazer toda a diferença.

Embora o autoexame não substitua o rastreio clínico, é uma prática importante para conhecer o nosso corpo e detetar alterações precoces. E o que devemos procurar, afinal?

Sinais de alerta do cancro da mama:

  • Nódulo ou caroço na mama ou na axila (mesmo que indolor);
  • Alterações no tamanho ou forma da mama;
  • Inchaço, vermelhidão ou calor anormal numa parte da mama;
  • Pele da mama com aspeto de “casca de laranja” ou retrações;
  • Alterações no mamilo, como retração, feridas ou saída de líquido (sobretudo se for sangue);
  • Dor persistente numa zona específica da mama que não esteja ligada ao ciclo menstrual.

Se identificar algum destes sinais, é importante não adiar a ida ao médico. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhor é o prognóstico.

Como fazer o autoexame da mama em casa:

  • O ideal é fazer o autoexame uma vez por mês, entre o 7.º e o 10.º dia após o início da menstruação (ou num dia fixo, se estiver na menopausa). Demora apenas alguns minutos e pode ser feito em frente ao espelho, de pé no duche ou deitada.
  • Frente ao espelho, observar as mamas com os braços ao longo do corpo, depois com os braços levantados e, por fim, com as mãos apoiadas nas ancas. Reparar em assimetrias, retrações ou alterações na pele.
  • Com a ponta dos dedos, fazer movimentos circulares suaves em toda a mama, pressionando levemente em diferentes profundidades. Procurar por zonas mais duras ou sensíveis.
  • Não esquecer a axila: passar os dedos por essa zona para verificar se há nódulos ou inchaços.
  • Pressionar suavemente o mamilo para ver se há saída de líquido.
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Este exercício não é um diagnóstico, mas ajuda a criar uma rotina de autocuidado e a estar mais consciente. Se notar algo diferente, mesmo que pequeno, não hesite em procurar orientação médica.

Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, o rastreio continua a ser essencial: mulheres entre os 50 e os 69 anos devem fazer mamografias de dois em dois anos, mas há casos em que pode ser necessário começar mais cedo – especialmente com historial familiar.

Este Outubro Rosa traz também uma mensagem de empatia e solidariedade. Em várias cidades do país, multiplicam-se as iniciativas para apoiar a prevenção, como com caminhadas solidárias, como forma de homenagear quem já passou pela doença e de lembrar a todas que cuidar de si é um ato de amor próprio. Porque não é só uma questão de saúde: é uma questão de vida.