No dia 5 de novembro, Shay Mitchell, atriz conhecida pelo seu papel em “Pretty Little Liars” e CEO da empresa de acessórios de viagem Beis, publicou um teaser ao seu novo projeto. O post mostrava uma criança a colocar uma máscara facial com a descrição “Algo suave, algo novo — lançamento amanhã.” Desde esse momento que os insatisfeitos encheram a sua caixa de comentários. Com mais de 11 mil gostos lê-se o comentário “Tenho dificuldade em encontrar as palavras certas para expressar o quão dececionante e distópico isto é.”, bem como outros a adjetivar o conceito como “estranho”, “macabro” ou “desnecessário”, escrevendo até “Ter uma pele ‘perfeita’ tornou-se a nova cultura da dieta”.

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No entanto, o lançamento chegou no dia 6 de novembro. A marca Rini, com o seu nome inspirado na palavra coreana para “criança”, chega também inspirada pela tendência de K-beauty, desta vez com foco nas crianças a partir dos três anos. O conceito da marca surgiu da própria vida de Shay, já que as suas filhas a viam com máscaras faciais e pediam para ter igual. Quando não conseguiu encontrar algo no mercado “limpo” o suficiente para as suas filhas, a atriz juntou-se à sua amiga Esther Song para criar a sua própria máscara segura para crianças.

Shay Mitchell lança marca de skincare para crianças a partir dos três anos e levanta um mar de opiniões
Shay Mitchell lança marca de skincare para crianças a partir dos três anos e levanta um mar de opiniões créditos: @shaymitchell

O lançamento contou com cinco opções de máscaras: duas de hidrogel para hidratar e acalmar a pele depois de um dia a brincar e apanhar sol e três com base de algodão com vitaminca E, com o formato de animais. Todas as máscaras são descritas como “aptas para uso diário” e rondam os 6 dólares.

Desde aí, artigos e comentários sobre a marca inundaram as redes sociais e os meios de comunicação. Desde preocupações sociais e emocionais de impulsionar a preocupação com a autoimagem, partindo de idades cada vez mais jovens, até preocupações dermatológicas de quebra da barreira da pele em idades que ainda está em desenvolvimento, a internet não parece satisfeita. No dia a seguir ao lançamento de Rini, até a marca de cuidados de pele Khiels terá publicado uma possível resposta a este conceito, com a descrição "Deixem-nos ter cabelos despenteados e corações selvagens, não rotinas complicadas de cuidados de pele."

Apesar da marca ter procurado substâncias calmantes e ter negado o uso de fragrâncias, óleos essenciais e ativos mais intensos, a lista de ingredientes conta com mais de 60 substâncias, muitas delas que nunca foram testadas especificamente em crianças tão pequenas, podendo causar irritações, vermelhidão ou secura. A dermatologista Sandy Skotnicki, autora de “Beyond Soap” e coapresentadora do podcast “Skin to It”, declara ainda ao New York Post “há vários extratos de flores! O que está a acontecer, para crianças de 3 anos? Esses são potenciais irritantes e alergénios”.

Lê-se um comentário “Só porque querem ‘fazer o que a mamã faz’ não significa que devam fazê-lo.” Apostar na proteção solar e na hidratação gentil é suficiente para as crianças: estes são produtos de cuidados de pele, não são um produto de lifestyle, como estas máscaras prometem.