
Em dezembro de 2024, Arizona Muse juntou-se oficialmente à Clarins como Embaixadora Global de Responsabilidade Social Corporativa – um passo que reflete a nova fase da marca francesa, agora certificada como B Corp™. Mais do que uma colaboração de imagem, trata-se de uma aliança entre causas: de um lado, a Clarins, prestes a tornar-se referência mundial em beleza sustentável; do outro, Arizona Muse, modelo com carreira internacional, ativista ambiental e fundadora da Dirt, uma organização dedicada à agricultura regenerativa.
A entrevista que se segue revela muito mais do que escolhas de Beleza. Fala de solo fértil, transparência, propósito, e da forma como cuidar da pele pode ser também uma forma de cuidar do planeta.
Como recebeu este novo papel na Clarins?
Estou absolutamente entusiasmada com esta função cheia de propósito. Passei os últimos dez anos a estudar a relação entre as cadeias de produção e o planeta, e é muito gratificante ver uma marca como a Clarins valorizar esse percurso. O convite para ser a primeira embaixadora global de sustentabilidade é uma honra. O meu papel será comunicar os compromissos da marca e também contribuir para a sua estratégia de responsabilidade social e ambiental.
O que a atraiu nesta parceria?
Até agora, as marcas de beleza verdadeiramente comprometidas com a sustentabilidade eram quase sempre pequenas, fundadas por pessoas com uma missão muito clara. Nunca tinha visto uma empresa da dimensão da Clarins seguir esse caminho com tanta seriedade. Fiquei impressionada – e acredito que muito se deve à Virginie Courtin, neta do fundador e atual diretora-geral, cuja paixão por estas causas está a inspirar uma transformação profunda dentro da empresa.
Que projetos desta colaboração considera mais relevantes?
É essencial que quem usa os produtos Clarins saiba o trabalho que está por trás, desde a investigação às práticas agrícolas. Adaptar um negócio desta escala a políticas sustentáveis é um enorme desafio, e tenho muito orgulho nas equipas que estão a fazer esse caminho. É um compromisso a longo prazo, não uma tendência passageira.
Fala muitas vezes de agricultura regenerativa. Pode explicar porquê?
Porque é uma forma de cultivar que melhora o solo em vez de o esgotar. Aumenta a biodiversidade, reduz o risco de cheias ou incêndios e pode ser aplicada a qualquer tipo de cultivo, incluindo os ingredientes da cosmética. A Clarins aplica estas práticas nos seus dois Domaines em França, e é a primeira marca de beleza do mundo a receber a certificação Regenerative Organic Certified®. É um passo enorme e real.
Como vê a evolução da relação entre marcas de beleza e sustentabilidade?
Tal como a indústria da moda, o setor da Beleza poderia ter começado mais cedo esta transição. Ainda podia estar mais empenhado e a avançar mais rapidamente. Infelizmente, isto é verdade para a maioria das indústrias. Gostava que os governos assumissem um papel mais ativo, definindo padrões mais elevados de sustentabilidade que obrigassem todo o setor a avançar ao mesmo tempo. Por agora, parece que cabe a marcas como a Clarins liderar o caminho.
A rastreabilidade é também uma preocupação sua. Porquê?
Porque se não soubermos de onde vêm os ingredientes, não conseguimos garantir que não estão a causar danos sociais ou ambientais. Adoro saber a origem de tudo o que uso e acredito que as marcas têm o dever de nos dar essa informação. A Clarins desenvolveu a plataforma T.R.U.S.T., que permite seguir cada ingrediente desde a plantação até à produção final, com tecnologia blockchain. É transparência real, e acho isso maravilhoso.
A sua relação com a beleza mudou com este percurso?
Completamente. Durante muito tempo, fui muito dura comigo mesma. Fazia exercício como castigo, olhava ao espelho com demasiada crítica. O autocuidado ajudou-me a curar isso. Hoje, escolho produtos naturais, eficazes e responsáveis e trato-me com mais gentileza. Tenho uma regra simples: se não diria aquilo a uma amiga, também não o digo a mim. Esse pequeno gesto mudou a minha vida.
Comentários