O desafio que Fátima Lopes aceitou realizar connosco era simples: mostrar que cuidar da pele não tem de levar mais do que alguns minutos e que, com as rotinas certas, de pele, de cabelo, de corpo e bem-estar, se pode alcançar uma plenitude que fazem tanto pela nossa Beleza exterior como interior. Sofia Prista Cunha, formadora nacional de Lancôme conduziu o vídeo onde mostramos os passos essenciais para cuidar, proteger e enaltecer uma Beleza já de si natural.
Aproveitámos a ocasião para conhecer um pouco melhor os hábitos de Beleza e bem-estar de Fátima Lopes, a apresentadora que já atravessa - e inspira - gerações e audiências de todos os géneros, idades e plataformas. Entre memórias, rituais de skincare e reflexões sobre envelhecer, esta conversa revela uma mulher que continua a inspirar pela naturalidade e pela luz tranquila que transmite.
Começou por trabalhar em marketing, passou por grandes talk shows e, atualmente, lidera plataformas digitais e programas de lifestyle. Como tem vivido essa transição e a sua própria evolução?
Tenho vivido de forma apaixonada. Apesar dos muitos anos como comunicadora, continuo a funcionar por paixão. Quando gosto de algo, envolvo-me e, mesmo que não saiba fazer de início, procuro as ferramentas e as skills para abraçar o projeto. Nos últimos anos, reinventei-me: já não sou apenas apresentadora, também comunico, faço gestão de plataformas e encontrei mais lugares onde posso pôr em prática aquilo que sei e gosto de fazer. Depois dos 50, muitos acham que já não se dão saltos; eu acho que sim. Estamos sempre a tempo de experimentar, aprender e apaixonar-nos. A sorte que tenho é continuar a apaixonar-me pelo que faço. Sou muito curiosa, faço muitas perguntas, gosto de perceber como as coisas funcionam.
Quais são os passos e os produtos essenciais na sua rotina diária de cuidados de pele e também de cabelo?
De manhã, limpo o rosto, aplico contorno de olhos, um sérum, um creme hidratante e protetor solar. Se a maquilhagem fica a meu cargo, faço algo simples e rápido. À noite, desmaquilho e limpo sempre muito bem a pele, aplico os meus cremes e repito a rotina, mesmo que durma pouco. Acredito que a pele precisa de ser alimentada e não pode ser descuidada. Costumo usar mais do que um sérum antes do hidratante.
Na limpeza, nos olhos uso sempre desmaquilhante bifásico porque tenho pele sensível e fina; no rosto, prefiro creme ou leite desmaquilhante, massajo, retiro com toalhas próprias, aplico tónico e sigo a rotina.
No cabelo, uso champô e condicionador. Antes de secar, aplico um produto para volume com proteção de calor. Se retoco com o secador no cabelo já seco, uso um produto específico de proteção térmica. Finalizo muitas vezes com um sérum nas pontas. Raramente uso laca.
Tem algum cabeleireiro que a acompanhe há muitos anos? Com quem corta sempre o cabelo?
A Vina, é quem me corta sempre o cabelo, no seu estúdio por marcação. É minha cabeleireira há mais de dez anos. Confio totalmente no trabalho dela: às vezes estou a ler enquanto me corta o cabelo. Com ela faço também a parte técnica, desde a pintura de raiz às nuances. Como já tenho cabelos brancos, pinto mensalmente. Se sentir o cabelo mais seco depois do verão, faço uma máscara de queratina.
"Identifico-me com cabelo curto. Às vezes deixo crescer, mas acabo por voltar ao curto. É o meu look de assinatura."
Na sua experiência, que impacto têm a alimentação, o sono e o exercício na qualidade da pele?
Todo. Os cremes ajudam, mas não fazem milagres se tratarmos mal o resto. Gosto de comer, faço exceções quando há encontros, mas no dia a dia procuro alimentação cuidada. O sono foi um tema durante muitos anos: tive insónias desde os 18. Não queria químicos, foquei-me na higiene do sono e encontrei um tratamento com uma máquina que regula o sistema parassimpático, numa clínica de fisioterapia. Desde então, o normal é dormir bem, com manutenção mensal. Dormir bem é crucial para o estado de espírito, criatividade e energia. O corpo pede movimento. Trabalho com um PT duas vezes por semana e acrescento caminhadas. Faço desporto desde os 13 anos e mantive-o até durante a gravidez.
Que mudanças significativas notou na forma como cuida da sua pele ao longo dos anos?
Comecei a aplicar cremes hidratantes aos 16 anos, aconselhada pela farmacêutica, algo pouco habitual na altura. Hoje temos uma cosmética muito mais tecnológica e é possível escolher de forma minuciosa o produto adequado a cada pele. É essencial estarmos atentos ao que a nossa pele precisa e fazer perguntas. Não posso pôr “qualquer coisa” no rosto: quero saber o que é, para quê, limites e expectativas. As pessoas querem resultados milagrosos sem trabalho, mas temos responsabilidade na escolha. Posso testar vários produtos e perceber quais não vou usar porque não me dão o que preciso. É preciso conhecer a pele e estar conectada com ela.
Qual é a sua postura perante a medicina estética?
Respeito quem faz. Nunca fiz nenhum procedimento cirúrgico; procuro que hábitos e escolhas me mantenham o melhor possível para a idade que tenho. Preparei-me mentalmente para o envelhecimento e para as mudanças no rosto. Se um dia decidir fazer uma cirurgia, também está tudo bem. Há muitos anos que faço Thermage, um laser que ajuda na firmeza. Inicialmente fazia de quatro em quatro anos; agora faço uma vez por ano.
Passou por uma fase de burnout e reaprendeu a impor limites. Que influência teve isso na forma como cuida de si?
Percebi que o tempo para cuidarmos de nós tem de ser prioritário. O burnout resultou de excesso de trabalho. As rotinas de pele nunca descuidei, faço-as nem que demore um minuto e meio. Mas deixei de fazer exercício, meditação e caminhadas, e passei a alimentar-me mal e fora de horas. O ensinamento é claro: a saúde não se mantém sozinha. É preciso colocarmos as nossas coisas pessoais na agenda e cumprir.
Nos seus projetos, como o Simply Flow e o programa “Aqui Há Mão”, há uma forte ligação entre estética, criatividade e bem-estar. Como gere esse equilíbrio?
A criatividade alimenta a vida, tal como a curiosidade. Quem é criativo tende a sentir-se melhor porque há sempre objetivos e ideias novas para implementar. Em termos estéticos, a criatividade ajuda a apurar o olhar: vemos muito, queremos ver mais, e isso enriquece o sentido estético e a produção criativa. Um alimenta o outro e acabam por se retroalimentar.
Que mensagem deixa a quem a segue, especialmente a mulheres que querem sentir-se bonitas, saudáveis e confiantes?
Não entreguem o poder de se sentirem bonitas nas mãos dos outros. Tenho de olhar ao espelho e decidir se estou bonita ou não, sabendo que a beleza é relativa. Quem não trabalha o lado emocional e psicológico nunca vai achar que está suficientemente bonita, por mais que faça pelo rosto. Mesmo num dia de cansaço, é possível dizer: “hoje estou com ar cansado, mas continuo a ser uma mulher bonita”. Trabalhem a autoestima e o poder pessoal, para colocar as pessoas no seu lugar quando nos ferem, mesmo sem intenção.
Também me acontece andar de cara lavada e ouvir comentários. Respondo que estou cansada, mas bem na mesma. É preciso fazer as pazes com o espelho. Esse trabalho começa cedo: aceitar que o que vemos vai mudar e gostar de cada fase. Cada marca no rosto conta parte da nossa história e não a posso apagar.
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